terça-feira, 24 de maio de 2022

 






DE UM SOPRO

 

cabe-me um universo no  poema-corpo,

repleto de lexemas que dispersam mensagens

na falta de flores que te rocem a face.

relevos da realidade sensual à janela das estrelas,

a sua luz brilhante ilumina-me os sonhos-só-sonhos,

imagens de reacções dos sentidos.

Minhas veias, raízes da minha-árvore-corpo

espalham-se pelas florestas a respirar o perfume

das neblinas-vida-do-germinar.

 

Chegarás ao meu poema a tempo de me respirar?

 

o Outono não tarda a chegar e o menos calor faz-me transpirar

os sonhos-a-cumprir...

mas eu sou só uma letra da sílaba  a nascer

da palavra do poema a querer viver.

 

faltas-me tu...

 e meus dedos bêbados de cansaço

passeiam pelas folhas do dicionário dos teus mistérios

onde,por vezes, as ostras geram  pérolas-auréolas-de firmamento.

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

Direitos reservados

FEV/2020

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