UM RETRATO SEM PELE
Digo tudo com palavras
Sem saber, por vezes, que “TUDO” hei-de dizer...
Correm-me pelo corpo através, da pele, enormes saudades
Do que amo: saudades das ondas do mar, da infância,
Da resina dos pinheiros usada na construção dos batéis
Das naus, caravelas e barcos.------------
O bom vento sabe-me----------
-------------- A palavras de saudade
-------------- Nas brisas arqueadas
-------------- Sobre o tom da pele
--------------- Que se me aloja nos sentidos
Meu corpo -------- meus dedos finos -------- repetem a brisa das ondas
Que levantam marés de palavras
----------------- Porque não quero acabar
---------------- Na existência dos silêncios
Meu olhar------ silêncio a espreitar-------- através dos vidros-------
a pele dos meus sentidos
Na mesa do patamar entre a primeira e a segunda escada há um vaso de areia das dunas de Portugal...há um retrato já sem pele(tantos quantos os anos que já passaram) cheio de palavras perdidas ao longo de um caminho que parece não ter levado a parte alguma das tantas encontradas nos ALÉNS da ambição.
©Maria Elisa Ribeiro
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2021
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