terça-feira, 3 de maio de 2022

POEMA: ESCREVO

 Escrevo.

Sempre que escrevo algo deve acontecer
Sem acrescentar jóias ao mundo de sangue a correr
Nas veias da guerra a acontecer
Estou Longe da guerra grande, rodeada de guerras pequenas
Que fazem sofrer que fazem doer
E uma palavra
Tantas palavras parecem conchas que abrem e fecham
Segundo o choque com que as ondas as colocam
No areal a arder.
A palavra parte porque está a chegar o cansaço. Mas quando se levanta
É hora de a alvorada respirar o voo das aves, hora da flor se insurgir,
Hora dos ramos das árvores respirarem ar são, depois da bala passar.
Todo o poema é um novo ramo cheio de alento no caminho da verdade
Do novo vento a soprar, elemento-ar a respirar-sem-cor-nem dor.
Escrevo para que a Vida-me-ajude-a-ACONTECER.
Minha Origem vem da tessitura indefinida do Mistério.
Apareci num lugar vago e selvagem onde havia um firmamento
De flores e ondas de areia
Com luz brilhante pejado de constelações...
ESCREVO.
©Maria Elisa Ribeiro
MRÇ/2022
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Sónia Isabel Duarte, Carlos Pinheiro e 3 outras pessoas
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