domingo, 12 de setembro de 2021

POEMA meu

 







HABITAS-ME

 

Preciso de me despir do silêncio que dorme na curva

Dos teus olhos fechados,

Cobertos pela manta que te esconde o corpo e inibe

O desejo das noites sombrias, sem ti.

 

És na noite uma Presença-ausente, quando recordo a nudez

Que se esgotava na harmonia desejosa

Do tempo-a-dois em que fomos sendo

Sempre doentes de-fome-e-sede-de-nós.

 

Habitas-me, contudo…

E o refúgio do meu desejo é a memória do teu beijo

Que, afinal, não deste, na hora em que esqueceste TUDO.

 

Na boca tenho pedaços de aromas de pétalas floridas

Que morreram nos tempos das palavras ousadas

Que me confundiram como se fossem ventos desnorteados.

 

Há saudade e nostalgia no poema inacabado-de-nós

Feito flor pelos ventos levado…

Quero despir o silêncio do sacrário onde entraste-a-fugir

Deixando-me num transe solitário…

 

Tudo, então, poderá renascer

Dentro de toda a mística energia

Que eu sei correr dentro de mim!

 

Maria Elisa Ribeiro

AGT/018

 

Sem comentários:

Enviar um comentário