VOGAIS DA FLOR AZUL
Tudo mudou de lugar, desde a hora em que nasci.
Tudo tinha que ser como foi...os espaços mudaram
as flores morreram e rejuvenesceram...os ventos correram,
as águas da chuva deram novas vidas
e as noites nasciam sabendo que
as alvoradas iriam renascer
nos olhos das almas-apaixonadas-a-viver.
Tudo tinha que ser como foi ao longo das eras
em-que-fui-sendo.
A noite sabe a sua Hora...
não precisa de correr para ver chegar a
Aurora.
Rodou o Tempo sobre o Tempo e deixou as vogais semeadas na
flor azul.
Usei-as para alinhar as consoantes dos ventos
De Norte a Sul,
E permitir que, no POEMA, percorressem as matérias
poeirentas
fixas no Pensamento.
Senti a pastosa SINTAXE de verso em verso, com
entrelinhas-após-linhas,
Em estrofes irregulares como a paisagem onde nasci,
diversa e imprecisa.
O Futuro é o Presente de mais lá para diante...se for...
Não fala, nada diz... rio que corre para o mar-a-rumorejar
mais que a manhã que se atira de encontro à vida-a-viver.
©Maria Elisa Ribeiro
FEV/021
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