sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

POESIA...

 









VOGAIS DA FLOR AZUL

 

 

 

Tudo mudou de lugar, desde a hora em que nasci.

Tudo tinha que ser como foi...os espaços mudaram

as flores morreram e rejuvenesceram...os ventos correram,

as águas da chuva deram novas vidas

                                                         e as noites nasciam sabendo que

as alvoradas iriam renascer

                                                      nos olhos das almas-apaixonadas-a-viver.

 

Tudo tinha que ser como foi ao longo das eras em-que-fui-sendo.

A noite sabe a sua Hora...

                                              não precisa de correr para ver chegar a Aurora.

 

Rodou o Tempo sobre o Tempo e deixou as vogais semeadas na flor azul.

 

Usei-as para alinhar as consoantes dos ventos

De Norte a Sul,

E permitir que, no POEMA, percorressem as matérias poeirentas

                                                                                      fixas no Pensamento.

 

Senti a pastosa SINTAXE de verso em verso, com entrelinhas-após-linhas,

Em estrofes irregulares como a paisagem onde nasci,

 diversa e imprecisa.

 

O Futuro é o Presente de mais lá para diante...se for...

Não fala, nada diz... rio que corre para o mar-a-rumorejar

mais que a manhã que se atira de encontro à vida-a-viver.

 

©Maria Elisa Ribeiro

FEV/021

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