POEMA
QUANDO A PROSA ME INVADE A POESIA
(Ciclo “Rumores poéticos”)
Conheço bem a terra que meus olhos transformaram com o ardor vivo da ajuda das tuas mãos…
Tua terra teu corpo teu olhar, minha evasão!
E é sentimento! É desejo! É consagração!
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Essa terra, humedecida de orvalho, parece cristalizada num verniz de tom universal…eu diria mesmo, imortal.
A manhã mostra-se e alarga-se nos caminhos onde eu, pequeno triângulo, obra imperfeita, me divido nas poeiras do alvorecer em total comunhão do meu corpo com o teu, sob um azul mítico de um inominável céu.
Uma a uma, levei comigo as pedras rugosas do alto da serra, para construir o meu lar_____ o fogo que lá brilhou, quase escureceu…
Até tenho pudor de falar do que aconteceu na transformação que, entre mim e ti, se deu.
Sinto que, nessa terra, se apagou o ardor das mãos onde o fogo-do-lar viveu e,
numa tela a arder-apagada…
ali ficou uma folha amarelecida, de nós afastada, num triste canto da madrugada.
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Escorrem em Mim os sons do meu Outro- lado- longe-do- Outro- lado- de Ti...
São sons... e falam da fecundação do Outono no conchego da palma da tua mão,
onde já nasceu uma nova Primavera…
São rumores…creio neles…vêm do útero da Terra!
Maria Elisa Ribeiro
FEV/016
16Susana Duarte, Jamal Benjamal Ourdi e 14 outras pessoas
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