terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Minha Poesia

 

NOITE RASGADA

 

 

Na noite rasgada pelos raios de lua que, sem vento,

Nem sequer se movem à deriva do mundo,

Fustiga-me a força do teu nome junto aos lábios que,

Pela janela, sadiamente aberta, falam com as águas do oceano,

Constantemente a martirizar a arriba.

 

Roça-se pela fina areia, a espuma das ondas que se afoga

Com seu manto acinzentado,

No largo areal que nunca se queixa, coitado...

 

Contam os búzios, as conchas e as estrelas do mar

 Os segredos

Que por eles se perdem, a nadar, e dizem que em terra

Florescem macieiras, laranjeiras, amendoeiras, perto dos velhos pinheiros

Que começam a rejuvenescer, dando provas da maior alegria.

 

À solta, há palavras felizes como um rumor de asas,

Que os meus dedos doridos de escrever esperam para levar para casa,

No tecto de um poema a crescer

                                                                         com ares de Primavera.


 

Fecho a janela.

                         Já não vejo o mar.



                                                      Mas ouço-o falar das sombras que,

 pelo corredor.

                                 escondem as letras com que ele gosta de falar...


 

e fala como sempre...como Outrora...como Agora...



                                                     ETERNAMENTE!  

©Maria Elisa Ribeiro

FEV/021

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