NOITE RASGADA
Na noite rasgada pelos raios de lua que, sem vento,
Nem sequer se movem à deriva do mundo,
Fustiga-me a força do teu nome junto aos lábios que,
Pela janela, sadiamente aberta, falam com as águas do oceano,
Constantemente a martirizar a arriba.
Roça-se pela fina areia, a espuma das ondas que se afoga
Com seu manto acinzentado,
No largo areal que nunca se queixa, coitado...
Contam os búzios, as conchas e as estrelas do mar
Os segredos
Que por eles se perdem, a nadar, e dizem que em terra
Florescem macieiras, laranjeiras, amendoeiras, perto dos
velhos pinheiros
Que começam a rejuvenescer, dando provas da maior alegria.
À solta, há palavras felizes como um rumor de asas,
Que os meus dedos doridos de escrever esperam para levar
para casa,
No tecto de um poema a crescer
com ares de Primavera.
Fecho a janela.
Já não vejo o mar.
Mas ouço-o falar das sombras que,
pelo corredor.
escondem as
letras com que ele gosta de falar...
e fala como sempre...como Outrora...como Agora...
ETERNAMENTE!
©Maria Elisa Ribeiro
FEV/021
Sem comentários:
Enviar um comentário