quinta-feira, 6 de julho de 2023

POEMA: PARA TI






 PARA TI…

…que estás em mim, sem o saber…
Para ti,
…um som de flor a abrir…
…um vôo de aves a sorrir, no meio do chilrear…
…um rumor da natureza, que se oferece como um altar…
…um tufo de nuvens douradas, de quando o sol vai chegar…
Para ti, as minhas mãos-sem-ti…
As minhas mãos cheias-de-ti…
Os meus momentos idos-no-tempo…
O tempo que ainda te-não-vivi…
Para ti… só para ti…
…o meu olhar a desvendar-te…
…o meu corpo a intuir-te…
…o meu peito a desnudar-se…
Em-ti-Estou, muito simplesmente!
_______________porque não sou deusa antiga
_______________a procurar metáforas para me classificar
_______________como luz do teu olhar!
Para ti,
um sussurro de angústia, gritante e desnorteada
em jogos de sobrevivência,
com regras contraditórias do coração alienado,
no ardor sensual
do gesto com que afloras o meu olhar primitivo e natural.
Sussurros, são as mãos que me passas pelo corpo
como vento a deslizar num território de loucura neutral…
Para ti,
um caudal de sensações suspensas num clima tenso, quase irreal,
quando aprofundas a minha verdade bíblica, original…
EU SOU MUITO MAIS, AMOR…
…mais que a asa perdida do teu vôo pela vida…
…mais que o branco cabelo de uma ave cansada…
…mais que a peça musical que ensaias contigo próprio,
de maneira maquinal…
Maria Elisa Ribeiro
Julho/2014

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