sexta-feira, 28 de julho de 2023

POEMA: GOTAS






 GOTAS...


Na tua pele
_____a transpirar amor
________deixei gotas de água
___________a suspirar rios ao relento,
_______________poros a murmurar,
___________________e cortinas fechadas
_______________________na Hora-do-nosso-Momento.

Sei
quando irás voltar do escuro crepuscular,
sempre que minha pele reage
a um vento sibilante, e acorda o corpo que me habita.

Os anjos costumavam esconder as estrelas…
Era da sua luz que se alimentava a nossa vida,
tal flor tresloucada à procura de um-orvalho-sustento.

Recordo o perfil afadigado das minhas pálpebras
a procurarem ler teu corpo suado…água sagrada…

Na boca,
_________________ ficaram escondidos os beijos trocados,
__________________que eriçavam os poros
__________________ dos nossos sentidos…


Corri as cortinas.
E os livros em que te escrevo começam, devagar,
a divagar a peregrinação das nossas mãos
de quando a lua tremeu de rubor.


Arrumei os lençóis de linho com o teu odor
nos poemas que escrevo, à luz de um candeeiro íntimo
que ouviu suspiros de amor.

De linho e cambraia, de seda e jasmim
é o cheiro de ti-que-deixaste-em-mim…
O sol queima o dia das aves, que chilreiam…


_________As searas amadurecem nos cantos de Florbela…
____________Eu chamo-te, muda, daquela janela que deu para
_______________o Outono da Primavera- em- que- fomos Verão.


Oh, Deus…há tantos anos dentro das Horas dos dias de Solidão…

Maria Elisa Ribeiro-Portugal
AGOSTO/014

Sem comentários:

Enviar um comentário