quinta-feira, 13 de julho de 2023

Poema...

 






Já nem as árvores sorriem...

 

espero-te desde que como cavalo alado

correste no dorso do vento e eu caminhei nas estradas da noite

que pareciam ter mudado de lugar.

estranhos pensamentos me entristeceram.

há fantasmas de ti nos meus pensamentos  desde que atravessaste

as vielas do vómito, sem conseguir que as árvores nuas de frio

sorrissem para teu ânimo como Outrora ,quando me recebias.

 

olho meus dedos e

 vejo minhas mãos tornadas avenidas douradas da cor do horizonte.

 

onde estão os beijos que me prometeste na força do teu sangue azul

que se perderam, certamente,

 no vermelho dourado do fim do dia combinado?

tal como os poemas que dedico à vida, que já nem sei por onde se perdem

espero que o louco cavalo corra         do seu Longe       te traga para o meu Perto

e nos una no nosso céu Aberto!

 

e então talvez te dê  meu beijo sem que tenhas a felicidade de sentir

os lábios com que escrevo, falo e amo!

até lá fico imóvel

fico em clausura e

sinto um sangue de loucura bater à porta reclamando o seu lugar.

 

As palavras tocam-me        mas tu não as reconheces       pois sem a alma

bem formada         és uma pobre quimera       uma desilusão ferida

nas asas de uma ave cansada      longe do dorso do cavalo alado.

 

©Maria Elisa Ribeiro

FEV/2023

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