TERRA ARTERIAL
Passam os
anos____a pouco e pouco
as raízes
agarram-se à terra____sempre mais
fundas____até
tocarem o mais profundo____
veio de
lágrimas do solo
Longínquo e
nocturno, o Tempo passa
e devassa o
interior.
O Exterior
resiste melhor à luz das estrelas
que se
alongam pelos penhascos
___________onde
os lobos uivam.
Não há
mistérios no ventre do vento.
_____mistério
é o que ele sente
sempre que
uma abelha-favo-de-mel
o desperta ,
calmamente,
naquela Hora
de Descoberta_____
Passam os
anos_____
Vejo-os nas
veias do sangue, que me corre
nas artérias-terra-de-MIM_______
Sinto-me
TERRA ARTERIAL
_______e
acalento palavras do mundo primevo
de lúcida
inocência lexical_______
Mas, POESIA
não é lamento! É olhar! É Placenta de vidas
inocentes, recém-chegadas
aos dedos de um Poeta
a fixarem
residência num solo-poema______
É Natureza
no seu fulgor inicial, sem deuses,
sem tacto
nítido da origem matricial
de
TUDO-para-ALÉM- de –TUDO
Passam os
anos….pois passam!
Situada no
Eterno-do-Tempo, ao LONGE,
________uma
guitarra desfalecida tange as cordas da verdade
envelhecida,
sem Hora para chorar despedidas.
Maria Elisa
Ribeiro
©Texto registado
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