CRUZEIRO de VIDA
Mãos
perdidas noutras mãos,
dedos perscrutantes ,perdidos de sofreguidão,
assim acariciei
teu peito
magoado num doce momento-vida.
A curva da
minha boca sequiosa, gulosa e ansiosa
desejou o
teu respirar nos fluidos de Amor e
perdi-me a deambular
nessa avenida viril
que é teu corpo febril,
na Hora-do-Acontecer.
Fiz um
cruzeiro contigo numa hora de viver e
parei no teu umbigo...
Terra de
encanto!
Pasmei dos
meus sinais vitais,
(que
lentamente absorveste)
numa carícia
perdida
naquele espaço diferente...
Saberá o
mundo,
que vivemos nos astros
que nos dão luz e cor,
confidentes dos
nossos segredos de amor?
Naturezas
vivas, eu e tu não queremos ficar parados
junto das
naturezas mortas,
junto dos quadros vivos
encerrados ao
longo de velhos corredores
que o vento
vai empoeirando
e a que o tempo rouba as cores.
Saberão o
mar, o rio, as ervas, as flores e os frutos
que a nossa
poesia é o olhar com que nos fitamos?
...a boca
com que nos beijamos?
...o amor
com que nos entregamos?
Maria Elisa
Ribeiro
©Abril/2023
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