REGRESSO
Regresso a mim,
vinda do lado mais claro de todas as esperanças.
É um retorno contínuo, desde que Aconteci,
enquanto Outros
se entregam
sem luta,
aos duros
efeitos da derrota-de-sonhar.
______________Sempre-a-Acontecer, confio na força do
cordão umbilical
de onde me desprendi, no mais cedo-do-Acontecer.
Confesso que o silêncio me despiu a Alma,
sempre que a pus no diálogo dos meus monólogos
que se estendem,
ao cair da noite,
pela vastidão de um poema.
É a Poesia quem preenche os espaços vazios da solidão,
que fala pelos meus dedos, presos a uma folha de
papel.
Flutuo nas palavras que marcam cada passo do meu
escrever
________________nos dentes escancarados do Tempo,
_______________essa folha de vento que passa-a-cantar.
Passa…como passaste tu,
quando decidiste perder-te na lonjura da distância
das rosas que te dei ,
para pontuar a ânsia do Meu-no-Teu-olhar…
…passa, como passam as estrelas da noite
quando chega o
alvorecer
envolto num véu de nuvens,
que tendem a
desvanecer…
…passa, como passam as marés altas do mar, com tantas
histórias para contar…
Regressarás?
…nem as pétalas regressam às rosas, depois de cair!
…nem as mesmas águas enchem outras marés!
…nem as palavras são as mesmas nos diálogos-monólogos!
*…e até um Poema tem certo tempo para acontecer…*
Só voltam as
estrelas do anoitecer, no claro do luar…
mas tão inatingíveis,
que é impossível estender os braços para as enlaçar.
Nada conseguirá retê-las num espelho do firmamento,
___________pois são como sereias, que não nadam num
mar de tormento.
____________E eu amo as colinas vivas a reverdecer,
______________os rios a deslizarem por íngremes
descidas
_________________para o vale-perfil das
árvores-a-desabrocharem
_________________nas primaveras da vida
que ninguém
pode parar-sem-
-o- conluio- da -Alma*
Os Oráculos,
(nem mesmo eles! )
sabem as respostas,
para o eterno viver dos deuses…
©Maria Elisa Ribeiro -2013
Sem comentários:
Enviar um comentário