Quando a Prosa me invade a Poesia
VENTO QUE FALA
(Prosa Poética)
porque não pode deixar de ser vento-ar.
Mas é diferente a sua resposta a cada folha que cai...que cresce como todas na Primavera, seca no Outono, envelhece
durante os tantos Outonos em que as vamos vendo, fornece
oxigénio ao mundo e, no meio de tudo isto, imóvel,
vai ouvindo as borboletas, os insectos, os pássaros exaltados pelo ar.
Todos os dias falo com o vento, mesmo que só com o ar que me sacode
os cabelos, como costumas fazer com tuas mãos inquietas…
Cerro, nesses momentos, meus olhos, por um instante,
para não deixar de ver os teus…
Não me fogem as palavras, pois elas retornam sempre ao seu porto
de abrigo…meus livros…meus cadernos…meus papéis…minha
memória…e tudo o mais que não digo.
O vento passa e vai-falando sem pronunciar uma única palavra
E ,como passa, o Tempo vai cumprindo o nosso fado__________
____guitarras que gemem____copos que deslizam para o estômago__
____naus que balançam nas águas ansiosas_____dores que se agudizam
nas veias, que levarão nosso sangue para novos martírios.
Maria Elisa Ribeiro
AGT/017
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