GOTAS POÉTICAS
Gota a gota,
minh’ água nos olhos
é como o pão que se come,
bocado a bocado,
depois de ter sido gerado
no ventre da semente, na planície e no valado.
Palavra a palavra,
as labirínticas letras saltam pelo prado,
onde as junto num poema recheado de versos,
a lembrar a unidade da gema amarelada...
…com muito cuidado…com toda a cautela…
Nas mãos tenho pontas de fogo…
Ora vêm de luxos vulcânicos, ora de regatos de pedra
do silencioso acordar da Antiga Idade da Vida, na velha casa adormecida.
Cegas de memória, as formigas vão arrecadando pedaços de história.
Agora adormecidos e sós, esses pedaços repousam perto de um espelho,
onde leio a Infância.
E assim, sem querer, o espelho reconverte o filme
da ânsia do Poema-que-foi-passando,
enquanto me tornei a Outra-de-Mim...
aquela-de-quando-nada-parecia-ter-um-Fim!
Maria Elisa Ribeiro-PORTUGAL
DEZ/017
Foto Google
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