POEMA-PELE
Que o poema nasça da sonoridade celestial-
-a-vir-nas-dobras-do-lençol-da-noite...
Que o poema seja pele a cobrir a verdade do ser,
onde a sede da vida chega de uma boca húmida
molhada em águas de mel…
Que seja essa a pele que sente o vento,
sempre atento às dobras de papel
que afagam as flores
nos seus risos e nas suas dores…
pele de rugas macias dos braços onde repousam
alegrias, afectos e afagos do nascer da Aurora-Senhora-Sol!
Que o poema seja esta pele que nasce
Num prado de profusos miosótis brancos, azuis, vermelhos-papoila,
De raízes enterradas nas frestas de terra de uma seara loira…
Que o poema nasça de madrugada
Quando eu,
já acordada,
Abrir a janela que permite a entrada do sopro-vida
Dos pássaros
a caminhar nas costas das nuvens,
Em direcção às amoras rubras de toda a loucura…
Maria Elisa Ribeiro
MRÇ/019
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