BORBULHA-ME UM POEMA
Atenta a este rumorejar do cérebro,
Espero uma mensagem serena....Fixo-me nas margens do rio
Pulsantes de verde e de vida;
O poema, desalinhado, ainda,
Virá das flores
rejuvenescidas pelos pingos de água
que saltam do rio, em constante ebulição...
Fervilham, excitadas, as palavras em fila, à minha disposição!
Fervilha-me esse poema...
Indecisa na escolha do húmus para a minha obra,
Esforço-me, na margem da minha longa viagem,
Procurando o fruto certo da Hora exacta, na luz compacta,
Que constante saltitar, para trás e para diante,
Se opera no confuso pensamento de mim poeta!
Vou esperando, confiante...
Cada palavra tem seu uso... por vezes, confuso, difuso...
Serenamente, o fruto virá da semente...
TERRA-VIDA- LATEJANTE...
ONDE PÁRA MEU INSTANTE?
Ó dor de cada momento!
Ó céu sem firmamento!
Ó parcas da maldição!
Esperança sepultada num senão...
NÃO... não sou feliz...NÃO!
Maria Elisa RibeiroPortugal
ABL/09
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