POEMA
CONDICIONAL
.partiria nas asas das aves marinhas a visitar mundos floridos,
ondas alterosas,
montanhas tufosas e,
de passagem,
cantaria pertinho dos teus sentidos , inebriantes aromas de flores…
.pintaria crepúsculos em versos dourados…
…telas coloridas de rubro vermelho, no trigal extenso de páginas vividas…
.seria sedenta do magma de fogo
e invadiria, sem qualquer pudor,
o segredo intenso do teu ardor!
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.fiapos de nuvens rompem os céus, prontas a desabar no rio de afectos
que nos quer a abraçar.
.deambulo, cansada, pelas tuas mãos…
.afago-te o desejo, no calor das veias…
.envolvo-me em névoas, por caminhos vãos
onde as hortênsias estão cheias de ideias…
.o sol da seara prometeu dizer-me,
ao longo do dia de agreste calor,
o ponto de encontro entre o céu e a terra
onde, furtivo, repousa o viver.
(O restolho dos tempos gravou nas folhas o meu poema condicional-presente!)
. palavras-sós das invernais noites entram, solenes, em brisas permanentes!
.levo-as comigo para o teu beiral que, terno, me acolhe no vendaval!
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.meu presente é feito de ti,
boca do fogo
que sabe a vulcão do fim do mundo…
.meu condicional deixa de ser e cede lugar ao nosso querer…
.abandono-me nas mãos do presente-a-ser
em névoas floridas , vivas e altivas, prontas a viver!
DEZ/013—
Maria Elisa Ribeiro
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