quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Poema...


































TERRA ARTERIAL





Passam os anos____a pouco e pouco

as raízes agarram-se à terra____sempre mais

fundas____até tocarem o mais profundo____

veio de lágrimas do solo



Longínquo e nocturno, o Tempo passa

e devassa o interior.

O Exterior resiste melhor à luz das estrelas

que se alongam pelos penhascos

___________onde os lobos uivam.



Não há mistérios no ventre do vento.

_____mistério é o que ele sente

sempre que uma abelha-favo-de-mel

o desperta ,

calmamente,

naquela Hora de Descoberta_____



Passam os anos_____

Vejo-os nas veias do sangue, que me corre

nas artérias-terra-de-MIM_______

Sinto-me TERRA ARTERIAL

_______e acalento palavras do mundo primevo

de lúcida inocência lexical_______



Mas, POESIA não é lamento! É olhar! É Placenta de vidas

inocentes, recém-chegadas aos dedos de um Poeta

a fixarem residência num solo-poema______

É Natureza no seu fulgor inicial, sem deuses,

sem tacto nítido da origem matricial

de TUDO-para-ALÉM- de –TUDO





Passam os anos….pois passam!

Situada no Eterno-do-Tempo, ao LONGE,

________uma guitarra desfalecida tange as cordas da verdade

envelhecida, sem Hora para chorar despedidas.







Maria Elisa Ribeiro

JULHO/015


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