POESIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Texto de Eduardo Waack
A poesia produzida atualmente no Brasil é bastante diversificada, possuindo inúmeras cores, tendências e matizes. Assim como em qualquer agrupamento humano, reflete a disparidade de seus membros, com instantes de maior ou menor encanto, lucidez e sensibilidade. É mito dizer que o brasileiro não lê, e que existem mais poetas do que leitores. Existem sim os analfabetos funcionais, que apenas sabem assinar seu nome sem compreender o que está escrito, mas a grande maioria dos cidadãos deste país continente tem uma atração especial pela leitura, sentindo prazeres inenarráveis quando encontra obras de qualidade satisfatória. O que acontece é que o mercado editorial insiste em lotar as prateleiras das livrarias e bancas de revistas com literatura de qualidade duvidosa, onde as revistas de fofoca ou abordando inexpressivas novelas da televisão são as estrelas do estabelecimento. O lucro é a chave do negócio e os editores brasileiros parecem compreender bem este dogma.
Porém nem só de palavras vazias ou enganosas é feita a literatura brasileira contemporânea. Ao lado do escritor que gostaria de ter sua obra exposta na vitrine de uma boutique, ou que é sempre figurinha carimbada nos jornais e publicações ditos sérios (pois são todos mui amigos), existem os batalhadores que insistem em criar e difundir belezas apesar das adversidades e do desamparo das “seletas” leis de incentivo à cultura, transmitindo a sua palavra libertária pelos rincões solitários que aguardam uma demonstração de amizade sincera, solidariedade e estímulo. São estes os guardiões e guerreiros da literatura brasileira contemporânea, chamados de escritores alternativos porque encontraram uma alternativa para divulgar seus livros, fanzines e publicações, de modo abrangente, includente e constante. A seguir, dez poetas que se consagraram porque são populares e amistosos, com uma obra que concilia técnica e inspiração.
O PATRIOTA
Gosto do meu Hino Nacional
esse velho hino que por negligência
nunca consegui aprender de cor.
Sou um homem sensível
e por várias vezes
me pego chorando
ao ouvir suas estrofes doridas
"de um povo heróico
o brado retumbante",
escandalosamente borradas
de um verde e amarelo gostoso
arrimo "de todas as minhas
mágoas de amores".
Não sirvo para morar fora do Brasil
pois o Hino Nacional
é uma espécie de oração
que carrego junto ao peito
assim, pendurado como um patuá.
Nacionalismo quadrado?
Pois é. Que fazer?
Nasci assim e assim quero morrer
amando para sempre a minha terra,
o meu povo, o Hino Nacional
e a minha bandeira verde e amarelo
consoladores "de todas
as minhas mágoas de amores".
ARISTIDES THEODORO
Mauá (SP)
A poesia brasileira contemporânea é a manifestação autêntica da alma de todos nós, inspirados e ex-pirados!
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Agradecido,
Eduardo Waack