sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

POEMA meu











POEMA:

NÃO SOU NARCISO…

Sou árvore peculiar à beira-tempo-plantada,
numa oração sagrada a saudar folhas de milenares nervuras…
…veias por onde a seiva corre em templos-palavras-singulares.

É eterno tudo o que não posso ver…Esse é o infinito de um Além
___________________que não conhece ninguém…

O Presente-Agora ergue-se, imponente, sobre as memórias do tempo,
sem permitir o regresso à infância
____________________das ânsias da história-própria .
…e cada página da vida é uma folha de papel, onde escrevo o mar
que me traz a maresia ,nos grãos de areia que se
espalham das conchas do areal ao deserto ,
____________________ esse poiso da disforia.

Uma flor tem história que radica num torrão isolado de um bosque,
de um prado ou de um jardim desperto ,
____________________onde as chuvas cumprem o que está escrito.


Meu rosto, que não vejo num lago-a-viver,
é feito de palavras que me percorrem o corpo,
enquanto meu nome está escrito------------------- na pedra mágica onde nasci ,
…que vou dirimindo, com permissão--------------- das águas matriciais onde vivi.

Vou vivendo as primaveras,
__________________como as campainhas que começam a despontar nos bosques
__________________quando a folhagem das avelaneiras desabrocha
__________________ aos primeiros salpicos de chuva verde…

Minhas mãos tocam a melodia que se desprende da fala da montanha…
…e afagam giestas, violetas bravas e urzes silvestres.

No espelho das águas não sou Narciso…talvez Sísifo,
montanha-acima-e abaixo a cavar vogais, sílabas e palavras,
escondidas nas raízes da terra sob gotas de orvalho a deslizarem pela serra
[dicionário de verdades essenciais.

Quando me nasce o poema, em todo o seu fulgor,
vejo as marcas digitais
dos passos que enceto até às origens-de-mim.
EU, minha janela de memórias a compor um tema-na-água-do-tempo
[não sou Narciso!

Mas nada me impede de me mirar na maciez luzidia das pétalas
de rosas vermelhas
e de me sentir ao rubro nos aromas que elas lampejam…

_____________________ Meu rosto vive nas árvores que falam com as aves -em-voo,
_____________________quando o canto da Natureza altera a música das primaveras
_____________________e a água do mar se abraça à sensual areia.
_____________________Então, sim, sou Narciso, vaidoso e presumido!

Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
Marilisa Ribeiro
REG: CR-(MST)-NOV/013 — com Susana Duarte e 49 outras pessoas.

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