quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

(CONT) do artigo, na wikipedia, sobre o "25 De Abril"/974


Antecedentes[editar | editar código-fonte]
Parte de uma série sobre a
História de Portugal

Portugal na pré-História
História Antiga
Povos ibéricos pré-romanos
Romanização (Lusitânia e Galécia)
Germânicos (Visigodos e Suevos)
Domínio árabe
Domínio Cristão
Reconquista
Condado Portucalense
Formação do Reino de Portugal (1139-1385)
Independência de Portugal
Dinastia de Borgonha
Crise de 1383-1385
Consolidação e Expansão (1385-1580)
Dinastia de Avis
Descobrimentos
Império Português
Crise sucessória de 1580
União Ibérica (1580-1640)
União Ibérica
Dinastia Filipina
Restauração da Independência
Restauração, Invasões e Liberalismo (1640-1820)
Dinastia de Bragança
Invasões Napoleónicas
Revolução Liberal de 1820
Monarquia Constitucional (1820-1910)
Monarquia Constitucional Portuguesa
Guerras Liberais
Regeneração
Regicídio de 1908
Revolução de 5 de Outubro de 1910
Instauração da República
I República
Revolução de 28 de Maio de 1926
Ditadura (1926-1974)
Ditadura militar e nacional
Estado Novo
Guerra do Ultramar
Revolução dos Cravos
Democracia (1974-)
PREC
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Na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926, foi instaurada em Portugal uma ditadura militar que, culminaria na eleição presidencial de Óscar Carmonaem 1928. Foi durante o mandato presidencial de Carmona, período que se designou por "Ditadura Nacional", que foi elaborada a Constituição de 1933 e instituído um novo regime autoritário de inspiração fascista - "o Estado Novo". António de Oliveira Salazar passou então a controlar o país através do partido único designado por "União Nacional", ficando no poder até lhe ter sido retirado por incapacidade em 1968, na sequência de uma queda de uma cadeira em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcello Caetano17 que, pôs em prática a Primavera Marcelista e dirigiu o país até ser deposto no dia 25 de Abril de 1974.

Durante o Estado Novo, Portugal foi sempre considerado como um país governado por uma ditadura18 19 20 pela oposição ao regime21 , pelos observadores estrangeiros e até mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Durante o Estado Novo existiam eleições, que não eram universais e eram consideradas fraudulentas pela oposição.

O Estado Novo tinha como polícia política a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), versão renovada da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), que mais tarde foi reconvertida na DGS (Direcção-Geral de Segurança). A polícia política do regime, que recebeu formação da Gestapo e da CIA22 , tinha como objectivo censurar e controlar tanto a oposição como a opinião pública em Portugal e nas colónias.

Na visão histórica dos ideólogos do regime, o país teria de manter uma política de defesa, de manutenção do "Ultramar", numa época em que os países europeus iniciavam os seus processos de descolonização progressiva. Apesar de séria contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve a sua políticairredentista, endurecendo-a a partir do início dos anos 1960, face ao alastramento dos movimentos independentistas em Angola, na Guiné e em Moçambique23 .

Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que protegia certos monopólios e certos grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, sendo consequência disso um significativo acréscimo da emigração24 . Contudo, é durante a década de 60 que se notam sinais de desenvolvimento económico com a adesão de Portugal à EFTA25 .
O mito do "orgulhosamente sós"[editar | editar código-fonte]

A Guerra do Ultramar, um dos precedentes para a revolução.

No início da década de setenta mantinha-se vivo o ideário salazarista26 . Continuavam os ideólogos do regime a alimentar o mito do «orgulhosamente sós»27 , coisa que todos entendiam, num país periférico e pequenino28 29 , marcado pelo isolamento rural: estar ali e ter-se orgulho nisso eram valores, algo merecedor de respeito. Mesmo em plena Primavera Marcelista, Marcelo Caetano, que sucedeu a Salazar no início da década (em 1970, ano da morte do ditador), não destoa. Sentindo o mesmo, age a seu modo, governa em isolamento, faz o que pode, mas um dia virá em que já nada pode fazer.

Qualquer tentativa de reforma política era impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política (PIDE). Nos finais de década de 1960, o regime exilava-se, envelhecido, num ocidente de países em plena efervescência social e intelectual. Em Portugal cultiva-se outros ideais: defender o Império pela força das armas. O contexto internacional]30 era cada vez mais desfavorável ao regime salazarista/marcelista. No auge da Guerra Fria, as nações dos blocos capitalista e comunista começavam a apoiar e financiar as guerrilhas das colónias portuguesas, numa tentativa de as atrair para a influência americana ou soviética. A intransigência do regime e mesmo o desejo de muitos colonos de continuarem sob o domínio português, atrasaram o processo de descolonização: no caso de Angola e Moçambique, um atraso forçado de quase 20 anos.
A guerra colonial[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Guerra Colonial Portuguesa

Portugal mantinha laços fortes e duradouros com as suas colónias africanas31 32 , quer como mercado para os produtos manufaturados portugueses quer como produtoras de matérias primas para a indústria portuguesa. Muitos portugueses viam a existência de um império colonial como necessária para o país ter poder e influência contínuos. Mas o peso da guerra, o contexto político e os interesses estratégicos de certas potências estrangeiras inviabilizariam essa ideia33 34

Apesar das constantes objeções em fóruns internacionais, como a ONU, Portugal mantinha as colónias35 considerando-as parte integral de Portugal e defendendo-as militarmente. O problema surge com a ocupação unilateral e forçada dos enclaves portugueses de Goa, Damão e Diu, em 1961.

Em quase todas as colónias portuguesas africanas – Moçambique, Angola, Guiné, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde – surgiam entretanto movimentos independentistas, que acabariam por se manifestar sob a forma de guerrilhas armadas. Estas guerrilhas não foram facilmente contidas, tendo conseguido controlar uma parte importante do território, apesar da presença de um grande número de tropas portuguesas que, mais tarde, seriam em parte significativa recrutadas nas próprias colónias.

Os vários conflitos36 forçavam Salazar e o seu sucessor Caetano a gastar uma grande parte do orçamento de Estado na administração colonial e nas despesas militares. A administração das colónias custava a Portugal um pesado aumento percentual anual no seu orçamento e tal contribuiu para o empobrecimento daeconomia portuguesa: o dinheiro era desviado de investimentos infra-estruturais na metrópole. Até 1960 o país continuou relativamente frágil em termos económicos, o que aumentou a emigração para países em rápido crescimento e de escassa mão-de-obra da Europa Ocidental, como França ou Alemanha. O processo iniciava-se no fim da Segunda Guerra Mundial37 .

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