FRAGMENTOS
Esta urgência de Luz…
Este cruzar atalhos por vielas em busca do Caminho…
Este ser-eu-e-não-ser, pensando sempre que sou…
Enganam-me as vozes do silêncio…
…calam-se (ainda para mais )
e libertam-se através dos meus
poros dilatados de seiva, de suor, de lágrimas
empedernidas
que se escondem, para me apanharem desprevenida.
Então, vejo-me Poeta
com metas a cumprir nas palavras em papel,
no voo das aves pelas luzes do céu diurno,
com as mãos no coração das pétalas que se afastam dos
desertos…
Mares falsamente calmos do tempo clorofilino das
resmas
de árvores das montanhas,
que transpiram poesia verde onde o Caminho É…
Não mando no poema, que me foge pelo mundo.
Mundo-centro-arterial onde vivem palavras
nas copas púbicas dos Elementos desenraizados…
Há Fronteiras nos muros de silêncio do Caminho
e eu parto sem perceber
que, quase já sabia do que afirmo
não saber!~
Ó deuses dos acasos, das dores, das rodas do Tempo!
Afinal,
“O poeta é um fingidor”…
MAIO/2022
Maria Elisa
Ribeiro
©Texto registado
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