terça-feira, 6 de agosto de 2024

POEMA

 







FRAGMENTOS

 

Esta urgência de Luz…

Este cruzar atalhos por vielas em busca do Caminho…

Este ser-eu-e-não-ser, pensando sempre que sou…

 

Enganam-me as vozes do silêncio…

…calam-se (ainda para mais )

e libertam-se através dos meus

poros dilatados de seiva, de suor, de lágrimas empedernidas

que se escondem, para me apanharem desprevenida.

 

Então, vejo-me Poeta

com metas a cumprir nas palavras em papel,

no voo das aves pelas luzes do céu diurno,

com as mãos no coração das pétalas que se afastam dos desertos…

 

Mares falsamente calmos do tempo clorofilino das resmas

de árvores das montanhas,

que transpiram poesia verde onde o Caminho É…

Não mando no poema, que me foge pelo mundo.

 

Mundo-centro-arterial onde vivem palavras

nas copas púbicas dos Elementos desenraizados…

Há Fronteiras nos muros de silêncio do Caminho

e eu parto sem perceber

que, quase já sabia do que afirmo

não saber!~

 

Ó deuses dos acasos, das dores, das rodas do Tempo!

Afinal,

“O poeta é um fingidor”…

 

MAIO/2022

Maria Elisa Ribeiro

©Texto registado

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