quinta-feira, 8 de agosto de 2024

D.Dinis

 

REI D. DINIS, O PRINCIPAL PIONEIRO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Língua e Filosofia Portuguesa na 1ª Universidade do País
Poeta de grande sensibilidade, D. Dinis entendeu a criatividade linguística e filológica da fala e da poesia do povo português, tomando consciência da autonomia e originalidade da nossa língua. Daí, sem dúvida, a sua iniciativa de ordenar que todos os documentos oficiais deixassem de ser escritos em latim para o serem em português.
Com este édito, com a sua própria poesia (o mais importante núcleo lírico da nossa Idade Média, nas suas 138 canções de vários géneros), com o estímulo constante ao surgimento de uma literatura de língua portuguesa, de que é modelo o romance de Amadis de Gaula, de João e Vasco da Lobeira, que Cervantes considerou o melhor de todos os livros que neste género se compuseram, sendo a única obra que D. Quixote salvou da fogueira a que lançou todos os outros romances de cavalaria, o Rei deu à língua portuguesa, definitivamente, a sua personalidade e a sua autonomia face às outras línguas ibéricas, em especial a castelhana, ao mesmo tempo que abria para o futuro as perspectivas do seu enriquecimento.
A Universidade Portuguesa, uma das mais antigas da Europa, fundada pelo rei D. Dinis, dava um maior ênfase ao aluno do que ao professor, isto é, mais no aprender e num querer aprender livre e activo do que numa atitude passiva, mais vinculativa a um ensino ex-cátedra.
"A universidade tradicional portuguesa nasceu e desenvolveu-se de raiz vincadamente discente", escreveu Afonso Botelho.
No Estudo Geral de D. Dinis, como aliás em todas as universidades europeias, se ensinavam grandes autores e filósofos de sangue luso: apontemos antes de todos Paulo Orósio, o bracarense discípulo de Santo Agostinho, autor da Primeira História Universal de sentido filosófico; depois, o lógico e aristotélico Pedro Julião ou Pedro Hispano, mestre da Summa Logicales, adoptada por todo o lado, que viria a ser o papa João XXI; e ainda, entre outros, pensadores como João de Deus, Álvaro Pais e frei João de Alcobaça.
A universidade de D. Dinis, com a primazia espiritual dos cistercienses, orientava-se principalmente pela filosofia de Aristóteles, Santo Agostinho e da Patrística”.A língua revela o pensamento de um povo, seu espírito e mentalidade; ela é consequência do contacto que os seres humanos têm com os universais (a verdade interior).
Portanto, quanto mais contacto um povo tiver com as Ideias Divinas em seu interior, mais próxima delas será a sua verbalização. O português é a língua que melhor se vem adaptando aos conceitos universais – essa filosofia da lusofonia, baseada nas línguas latina e grega e adaptada à mente universal, criou vocábulos que são únicos; por exemplo, a palavra Saudade.
in "HISTÓRIA SECRETA DO BRASIL", Cláudia Bernhardt de Souza Pacheco (em Portugal, somente disponível em livro digital)
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