terça-feira, 3 de outubro de 2023

POEMA: ENIGMA

 





ENIGMA  

 

 

O dia nasce do pacto da aurora

  entre estrelas que adormecem e

os raios do sol-a-crescer.

A tarde doura-se;

 acendem-se os brilhos das palmeiras,

 entrelaçadas

com o aroma das araucárias e das magnólias vibrantes,

 nas lindas cores das róseas azálias sempre belas...como d’antes.

O rio serpenteia pelas rugas das montanhas

 em leitos de contornos delirantes,

como águas a deslizar a vida que corre para o mar.

Com o pensamento suspenso, meus olhos vêem

o desespero

 que bóia à tona d’água

 sempre sob o mesmo olhar

fixo e penetrante ,

de quem procura encontrar-se

 para se abraçar.

A incessante água atira-se às pedras do cais,

a lamber-lhe as feridas DAS chagas antigas

do caos das lembranças do MITO instalado...

 As questões da Esfinge

perduram nos meandros  do Tempo-em-que-sou,

Passado-Presente

 que ainda não chegou-para-ser-o-que me falta-ser.

 

...e amo o ENIGMA...

...amo a realidade...

...amo o silêncio da Terra-que-me-sou...

...amo sempre a música das aves das ilhas,

mágicas de sonhos e de palavras

 que estão onde me encontro,

no ventre de cada Aurora!

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro- Portugal

Direitos reservados

MRÇ/2013

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