ENIGMA
O dia nasce do pacto da aurora
entre estrelas que
adormecem e
os raios do sol-a-crescer.
A tarde doura-se;
acendem-se os brilhos
das palmeiras,
entrelaçadas
com o aroma das araucárias e das magnólias vibrantes,
nas lindas cores das
róseas azálias sempre belas...como d’antes.
O rio serpenteia pelas rugas das montanhas
em leitos de
contornos delirantes,
como águas a deslizar a vida que corre para o mar.
Com o pensamento suspenso, meus olhos vêem
o desespero
que bóia à tona
d’água
sempre sob o mesmo
olhar
fixo e penetrante ,
de quem procura encontrar-se
para se abraçar.
A incessante água atira-se às pedras do cais,
a lamber-lhe as feridas DAS chagas antigas
do caos das lembranças do MITO instalado...
As questões da
Esfinge
perduram nos meandros
do Tempo-em-que-sou,
Passado-Presente
que ainda não
chegou-para-ser-o-que me falta-ser.
...e amo o ENIGMA...
...amo a realidade...
...amo o silêncio da Terra-que-me-sou...
...amo sempre a música das aves das ilhas,
mágicas de sonhos e de palavras
que estão onde me
encontro,
no ventre de cada Aurora!
©Maria Elisa Ribeiro- Portugal
Direitos reservados
MRÇ/2013
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