Sobre AS PALAVRAS E A LEITURA, de Maria Alberta Menéres, in INTERNET:
"Deixem falar as palavras
Porque a poesia é a beleza e o sentido das coisas e de nós próprios. É uma maneira de olhar o mundo.
in O Poeta faz-se aos 10 anos, Maria Alberta Meneres (1984)
A poesia é uma maneira de ver o mundo. Além disso, ajuda a desvendar emoções, a descobrir todo um universo onírico, a brincar com as palavras, com os significados presentes nas entrelinhas dos versos. A poesia precisa de ser cultivada e o convívio com a mesma promove o prazer da leitura do texto poético e a produção dos próprios poemas. Nesta linha, pela poesia consegue-se um tipo de comunicação através da emoção partilhada que vai libertando a palavra. De facto, a cooperação, através de uma dimensão aparentemente lúdica, combate a apatia e vence a dificuldade na aceitação do outro, como diferente de si. Se iniciarmos os alunos no prazer lúdico da seleção de textos, na desmontagem das palavras e das frases, nos jogos de significados e de significantes, se lhes mostrarmos poemas visuais, contruirmos outros em conjunto com eles, cedo aprenderão a fruir a poesia e com ela o mundo que os rodeia. Capaz de transformar o mundo, a atividade poética é intemporal. A crise da leitura de poesias na escola acontece principalmente porque os alunos, regra geral, não gostam de ler poemas. Assim, é importante ter cuidado na escolha do poema e na abordagem que lhe é feita para que a motivação das crianças e dos adolescentes seja crescente, despertando a sensibilização estética.
Deste modo, pretendi cativar os meus leitores e escritores do 8.º ano para a importância da Unidade da “Poesia”. Chegados aqui, os textos propostos pelos documentos normativos foram sendo trabalhados, considerando os domínios da disciplina. E assim surgiu a ideia de, em jeito de oficina de escrita criativa, dar asas à imaginação, à criatividade, deixando falar as palavras que habitam no interior dos alunos (individualmente, em pequeno grupo, coletivamente). Deste modo, o exercício poético ajudou e ajuda, sempre, no desenvolvimento de uma compreensão mais rica da realidade e aumenta a familiaridade com a linguagem mais elaborada da literatura. Além disso, e porque não menos importante, a sensibilidade impera e o ser humano torna-se mais reflexivo, mais crítico e com uma capacidade muito maior de auto e heteroavaliação.
Como diz o poeta, “Tudo vale a pena / se a alma não é pequena.”. E a alma destes meninos é, realmente, grande…
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