À NOITE o SONHAR…
Penumbras de silêncio
criam imagens interiores
incapazes de sair
para o mundo da clarividência
Gaivotas fogem do meio dos trovões da tempestade
e aninham-se em cavernas
nas margens do mar alterado
o tempo é uma plenitude que não conseguimos adivinhar
e os relógios não param no meio dos trovões
. calam-se as teclas dos pianos no desalento das mãos
que se
encolhem de frio…
Momento de cólera infernal
dilui-se na força do temporal.
A
Terra, lavrada, encharcada,
Responde ao estertor da Vida
Murchando a semente …
À noite
o sonhar é meu
À noite
o silêncio, sou EU
À noite é escuro como
breu
E uma alma amargurada dá
por si
Chorosa e ferida...
Não é Nada!
Cavalos loucos não galopam a Noite.
Estrelas-do-mar refugiam-se na areia-abrigo
lá no fundo, onde o mundo não fala…
onde há algas esverdeadas de sonhos…
…esperançadas…
Os órgãos das catedrais não alegram as noites
com sonatas imortais…
Resta a quimera da
Verdade
que fugiu…
…que se encobriu na
capa do sono!
Cheira à
sensibilidade do sorriso
da noite.
Cheira à alegria de
qualquer espaço no
Dia.
No cimo da montanha,
há uma praia abandonada,
na alma calada e
triste
Maria ELisa Ribeiro
NOV/011-
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