segunda-feira, 28 de junho de 2021

Poema








O SOL NOIVO DA POESIA

 

 

 

À beira do regato que corria perto,

valentemente conhecedor do seu caminho,

sentia que as águas

                         apanhavam a boleia do vento

e deslizavam por baixo do fino véu cinzento

                         das agradáveis neblinas do amanhecer.

 

Arredadas as cortinas, janela aberta para os rumores do mundo,

sentia as palavras excitadas  a soltarem-se na beleza da manhã

que ,como por magia, alvorecia.

 

O vento arrastava o fumo do nevoeiro e consigo levava,

contra os muros do quintal, as folhas das macieiras, das perfumadas

laranjeiras-em-flor, das pereiras de diversos tempos...

ao mesmo tempo que lambia as dálias fogosas dos meus canteiros,

tratados com a luz e a cor do sol

                                                        que se adivinhava.

 

 

Fresca manhã de Outono em que o frio já se anunciava,  lentamente.

O som das Palavras, presas no meu tecido orgânico, fazia-se ouvir,

fascinado que estava nos meus dedos,

                                                            ali perto da água do ribeiro, que corria.

 

 

 

©Maria Elisa Ribeiro-PORTUGAL

Tos os Direitos Reservados

JAN/2021

 

Sem comentários:

Enviar um comentário