quarta-feira, 16 de junho de 2021

POEMA

 BREVES

A meio da manhã do meu novo dia,
os pássaros constroem laboriosamente as paredes
da minha tarde antiga, cheia de pontos desenhados
a decairem para-a-noite-a-chegar.
Fazem-no com aquela alegria que ,se não explica tudo,
pode -talvez- explicar o delírio de como eu escapava
de canto para canto, para por eles entrar
de janela em janela, a tentar reparar os imperfeitos
da minha alegria imperfeita e ingénua.
A certa altura, de novo reapareço na soleira empedrada da casa...
Como fiz isso? Quem me deu a mão?
Acho poder considerar dispensável todo o piar
dos passaritos,
pois sinto que as palavras me saltam da ideia
para os dedos ,
com a esfusiante alegria de uma flor azul a abrir!
Jlh/020
Maria Elisa Ribeiro
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