domingo, 31 de janeiro de 2021

 






O SORRISO DO CÉU

 

 

Pára, vento, que passas na pressa da vida!

Leva-me contigo! Deixa-me ver o mundo!

Tira-me dos labirintos profundos onde

 __________________________ as flores não podem nascer,

e deixa-me onde

 os sorrisos do céu não param de crescer.

 

Sou folha que se solta no Outono

_____________________e ao ventre materno não pode voltar.

 

 

Podes deixar-me cair na memória das lembranças

que me tornaram parte das histórias, de todas as andanças

onde passei a procurar abrigo .

 

Há tanto que não escrevo poemas de amor!

 

Levaste-os, vento malvado, nos dias que viveram as noites da pureza

do meu canto,

mergulhados nas várias infâncias que me foram prometidas.

 

Pára, vento!

Não assustes as flores e as folhas das árvores

que germinaram, felizes, na boca do tempo

que se abriu na Primavera!

 

Permite que o céu esboce aquele de tantos sorrisos

que promete colar-se às colinas verdejantes,

às searas recheadas e pujantes

 e aos poemas

cantantes, de boca tão feliz,

como fruto doce, cheiroso e maduro,na boca de um petiz.

 

Está bem!

Páro eu, Vento!

Sinto que o desalento é a sombra do alento

de quem vive o calor do sol, a todo o momento .






©Maria Elisa Ribeiro

 OUT/020

 

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