"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
segunda-feira, 23 de abril de 2018
Maria Elisa Ribeiro
Agora mesmo ·
POEMA:
SEM VIDA…
Há um mundo impronunciável
onde os horizontes são da cor do sangue
derramado pelas cidades…pelas ravinas…
…pelas estradas de pó e pedras…
…pelos jardins-que-lá-não-existem…
É o mundo onde morreu a alegria saudável
da gravidez do mar,
do voo das gaivotas de carne e osso e onde
os pássaros vomitam fogo e morte…
e os búzios morrem nas areias do deserto,
nas suas casas-sacrários-violados, a fugirem da música
oposta à estridência do cristal ,
que adorna de luz e cor
a Alma de uma qualquer catedral
É o Mundo
onde a luz desfigurada
perdeu o eixo da Linguagem da Paz*
* onde os Poemas não podem viver-mais-que-chorar,
as Vidas amortalhada-das-crianças-a-nascer*
*É o Mundo abominável onde as flores têm medo de aparecer,
em-primaveras- que-até-podem-não-acontecer*
Maria Elisa Ribeiro
ABL/018
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