"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
segunda-feira, 30 de abril de 2018
POEMA: Obra Regªªªªªªªªªªªª!!!!
POEMA:
SAUDADE-INTENSA-DE-MIM...
Digo flor, e o próprio som
parece uma corola, que me sai, livre, da boca.
Escrevo flor, e a língua sabe-me a pétalas!
Se digo e escrevo flor,
é porque sei, que um poema está pronto a nascer,
do perfume da minha vida interior.
Quando as flores emudecem, sei que o mundo escurece…
E já não escrevo a flor que digo, quando a noite é um perigo…
O crepúsculo atravessa, lentamente, as sílabas do meu urgente poema…
É hora de um mar de coral passar ao largo
das rosas brancas da distância, onde ficou a moldura da infância.
Digo flor e ilumina-se o jardim com tons de vivo jasmim,
quando a boca me sabe a uma saudade intensa-de-mim…
O sol continua a dizer-me, que o mundo está aqui…
Só isso bastaria, para eu ser feliz…
Deito-me numa página em branco, para escrever o teu verso…
Mas só agora reparo, mau grado o sabor a flor,
que nos dissemos um adeus tenso ,
antes do final da frase-ponto-final!
Maria Elisa Ribeiro
JAN/014
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