POEMA: POMARES-ALTARES
Há tardes que dormem nos fenos das searas, que lavam
os sonhos nos ribeiros dos trigais-------------------
Perdidos pelo meio dos poros das papoilas rubras,
lamentam-se os laranjais-----------------
quase maduros-------------------
Aromas de pomares-palmares perdem-se em estranhos altares
de brisas distantes
que se acercam sempre mais----------------------
das ondas de trigo loiro que balançam nos campais-------------------
Vagueia , o mar, ao longe---------------------
azuis, afundadas em espuma--------------------
Pelos dedos, donde escorre a ideia que explode no pensamento,
conto os barcos que não vejo…………………………………………………………
que deslizam para o verão dum intento oriental
que se perdeu,
nas pedras de um areal---------------------
Guardo UM tempo nas palavras
que o vento traz de feição--------------------
Nele tenho a memória do silêncio
e o perfume dos desejos com que te enchia a mão-----------mão de papoila-----------
do trigo da seara - trigal,
onde fizemos amor num poema--campo-lexical------
Maria Elisa Ribeiro
FEV/012
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