ESQUINAS…
Pelas esquinas, vento fora pela noite dentro,
caminham madrugadas incendiadas pelos passos de turbulentas
estrelas cadentes.
Do mar salta o som da maresia impregnada de saudade,
batendo contra as margens em absoluta violência ,
indiferente às madrugadas que galgam distâncias…
Apossa-se do
pensamento que já foi de naus altaneiras,
no sonho profundo dos tempos-idos, na proa das caravelas.
São tristes estas esquinas escuras,
madrugadoras de solidão
a cheirar
a vinho da escuridão
das almas inquietas,
que não souberam
cumprir metas…
Urge chamar as
gaivotas com o seu grasnar
para o céu dos circuitos das esquinas angulares…
Elas cantam o Fado ferido de um som milenar
com cheiro a canelas de longínquos mares.
(Uma guitarra de cor pimenta dedilha acordes na manhã
cinzenta…)
Esquinas da cidade…vielas vomitadas de tanta
saudade…florestas de solidão disfarçadas--------------------------rugido das
ondas do rio zangado…
-----------------marulho
do tempo dos antepassados a correr pelo mar,
naufragados-----------------
Vielas empedradas que levam ao cais
queixam-se, agora, de novos-outros-
AIS…
Maria Elisa Ribeiro
FEV/013-
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