Trabalhei como um danado, diariamente, anos a fio, de modo que me sinto no direito de repetir a frase de Bocage, depois de dizer aos outros um poema seu: — Isto é meu, isto não morre que é a única eternidade a que posso aspirar e que, de qualquer maneira, não me servirá de nada. O que penso aspirar, como quando perguntaram a Evelyn Waugh o que aguardava dos seus leitores, é, como ele respondeu — Que rezem pela minha alma pecadora. Ouviste, Bento? Ouviste, Zé Tolentino? Por favor não se esqueçam de rezar pela minha alma pecadora.
© ANTÓNIO LOBO ANTUNES | The Dancing Words
n. Lisboa, 1 Setembro 1942
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