O SORRISO DO Céu
Pára, vento, que passas na pressa da vida!
Tira-me dos labirintos profundos onde
__________________________ as flores não podem nascer,
e deixa-me onde
os sorrisos do céu não param de crescer.
Sou folha que se solta no Outono
_____________________e ao ventre materno não pode voltar.
Podes deixar-me cair na memória das lembranças
que me tornaram parte das histórias, de todas as andanças
onde passei a procurar abrigo .
Há tanto que não escrevo poemas de amor!
Levaste-os, vento malvado, nos dias que viveram as noites da pureza do meu canto,
mergulhados nas várias infâncias que me foram prometidas.
Pára, vento!
Não assustes as flores e as folhas das árvores
que germinaram, felizes, na boca do tempo
que se abriu na Primavera!
Permite que o céu esboce aquele de tantos sorrisos
que prometem colar-se às colinas verdejantes,
às searas recheadas e pujantes
e aos poemas
cantantes,
de boca tão feliz
como fruto doce, cheiroso e maduro, na boca de um petiz.
(Está bem!
Páro eu, Vento!)
Sinto que o desalento é a sombra do alento
de quem vive o calor do sol,
a todo o momento .
©Maria Elisa Ribeiro
OUT/020
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