terça-feira, 10 de janeiro de 2023

POEMA: TOALHA BRANCA

 






TOALHA BRANCA

 

 

Florescente tribuna onde descansam as maiores belezas

da mãe-Natureza

é o bosque onde me sento rodeada de flores, folhas e

ervas rasteiras de infinitas  beleza e cor.

 

Trouxe uma toalha branca de linho puro, ornada de pequenas flores

bordadas em horas de espera...

E a mesa despovoada espera por copos a tinir...comidas esperam, a odorar os

arredores das borboletas e dos insectos a bulir.

 

A paisagem obriga a olhar e a ouvir,atentamente,o murmúrio do chão onde me sento.

Sei que por aí andam deuses, duendes, elfos, seres fantásticos sem vida...

Sou eu que a trago comigo!

 

Nesta espera, a toalha branca ainda não recebera os seus convidados...

(estavas, como sempre, atrasado)

Deitei-me, então, debaixo do frondoso salgueiro

 que me cobria de sombra e devaneio.

No entretanto,o Sol começava a escassear

 e eu acordava para a triste realidade de não te ver...

 

Lenta e sentidamente, arrumei os meus haveres, e

 despedi-me do bosque florido habitado por outros amores.

Coisa estranha: ao dobrar a minha toalha vi que um pingo

se plantara num cantinho.

 

Cheira a mistério,

Cheira a bosque adormecido,

Cheira a tempo -não-vivido

Cheira a corpo de Mulher...

 

Limpo a face e dou-a ao vento viajante

que me encontrou numa nuvem errante...

Por isso,prossigo e vou adiante.

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

JAN/2023

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