IN MEMORIAM
ANNE FRANK
De um sopro…
-----------------------------------meus olhos castanhos acendem-se
-----------------------------------na luz de um súbito Verão
-----------------------------------num canal, em AMESTERDÃO.
----------------------------------.raízes de árvores despontam
----------------------------------e entram vigorosas pelo poema-dor.
Grossas, imensas, inusitadas, atormentam lexemas na alma de um escritor.
De um sopro…
------------------------------------a Natureza lacrimeja o frio
-------------------------------------da noite, no orvalho deslizante
-------------------------------------das verdes folhas , a renascer,
-------------------------------------longe do rosto-mártir,
------------------------------------nos canais de AMESTERDÃO.
------------------------------------a linguagem verde das folhas e flores
------------------------------------incendeia-se, como uma infiltração
------------------------------------musical, ao som do Diário dum canal.
De um sopro…
------------------------------------os olhos das árvores, na linguagem
------------------------------------do pranto,
------------------------------------encontram-se na pureza do rosto
------------------------------------de ANNE FRANK!
------------------------------------e há comboios lotados
------------------------------------a deslizar pela neve…
------------------------------------ corpos tristes, desmaiados
------------------------------------de auras de ancestralidade,
------------------------------------ sentem –se já condenados
------------------------------------a um destino selvagem.
De um sopro… choro lágrimas de fel!
E o Tempo-do-não-Mundo da barbárie total
ficou suspenso num-Tempo-sem-Tempo…
Ali…num trágico Portal…
NOTA: em memória de ANNE FRANK, a mulher-menina que não pôde ser Quarto -Crescente
de uma Lua destroçada ,porque vermelha de ensanguentada!
(Maria Elisa Ribeiro)-2013
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