DAS SOMBRAS
No pátio das sombras,
na falta da luz,
por entre um rasto de estrelas,
desliza o silêncio rumoroso dos picos de vento.
Pela face me corre uma gota de orvalho-suor,
da palavra desejosa
de das nuvens aflorar.
Os olhos entregam-se à escura noite e, em cada vereda
estreita da vida,
a seca fareja a chuva,
que afastará o
vómito das vielas irregulares.
Na tranquila silenciosa velha casa inundada
de silêncios e de ominosos presságios,
antevejo a chegada de um poema
que quero resgatar
de todos os meus versos perdidos…
ainda não começados…
delineados no imo do papel
escondidos das fraquezas e terrores do mundo subvertido…
…depois, meus versos ajoelham-se comigo,
serenos e resplandescentes,
nas margens da vida
onde os próprios se abrigam.
Maria Elisa Ribeiro
Jlh/019
Sem comentários:
Enviar um comentário