Poema :
ÁGORA
voam folhas desnorteadas pela fúria dos ventos que varrem as avenidas.
movem-se sombras humanas encolhidas na angústia dos tormentos.
deslizam canoas, rio abaixo-rio acima, indiferentes às folhas das avenidas.
deslizam…a balouçar num lívido oásis de dor.
sinos de igrejas iluminadas tocam serenos acordes de tom prateado-roxo.
sobe a noite lentamente rasa às nuvens no frouxo crepúsculo
[que as chuvas anunciam]
esgueira-se a vida pelas vielas como ar que viaja por entre florestas
[à procura das ondas do mar]
correm loucas, em meu corpo, as saudades paradas nos degraus do anoitecer.
esperam o rebentar das estrelas, em naves de esplendor.
perfumes de lírios bravos acordam-me, para amar um horizonte de trigo__________.
trigo loiro a ondular sob as brisas desse vento
__________________________
dilatam-se-me as pupilas-a-conviver-com-o-a
cuja melodia sentida eu sei, mas não conheço.
sinestesias…confusão de sentidos-a-sentir policromias-cromáticas
[dos sonhos das alegrias
…prelúdios da solidão nas margens do evasivo-que-sou…
Os dias? Deposito-os na pele da memória,
minha ÁGORA-da-POESIA...
Em fila alinhados,confundem-se com
sentinelas perfiladas em cárdicas confusões
de um contexto-fantasia…
Maria Elisa Ribeiro
JAN/014-
Sem comentários:
Enviar um comentário