segunda-feira, 23 de março de 2020

POEMA

DE UM SOPRO…
um fio de água da fonte chorava, ao passar-me
rente aos pés. deslizava na corrente, a correr para o poente.
De um sopro…
ia terminar a sua história de amor com o mar.
De um sopro…
fiz dele o meu mensageiro das águas turvas das manhãs sós,
sem música sem odores sem nevoeiro.
sei que nunca ouviste Bach no telúrico cheiro
da terra da semente musical, a perfurar o solo .
que pobre e solitário
deve ser o amor num mundo sem notas a dançar em pautas-não –musicais-
-de um universo sem sons…cosmos-aclássico!
Não vejo a tua estrela!


À beira da janela
do teu corpo abandonei minhas roupas…

De um sopro…
…coberta com o lençol macio a cheirar a tangerinas
de verdade pura,
adormeci na falta de cansaço!


MRÇ/013
Maria Elisa Ribeiro

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