sábado, 21 de dezembro de 2019

A POESIA ROÇA-NOS…
É Verão.
O Sol arde.
Ramos de figueira estendidos por sobre o poço que rega o quintal,
estão a tentar-me com os frutos maduros prontos a comer.
São figos-de-pingo mel que aromatizam os ares
onde as abelhas e outros insectos não param de chegar.
Só as sementes e os grãos maduros, fofos, carnudos,
conseguem suportar o tremendo calor
que tudo parece queimar.
As pereiras, macieiras e pessegueiros carregadas de frutos cheirosos
maduros e de cores rosadas, apelam a mãos tarefeiras
para poderem oferecer ao nosso olhar toda a sua vida, pronta a saborear.
O cheiro vermelho e branco das uvas madurinhas
aí está a lembrar que está na hora de as apanhar…
É Verão.
Estendo-me ao fresco deste mar de verde frescura e fecho os olhos
a sonhar com as histórias das princesas de OUTRORA, de quando os
príncipes passavam, a cavalo, mortinhos por as acordar…
Não o sabia, ENTÃO…e mal o sei AGORA… mas parece que a Poesia
me roçava o corpo desperto, à espera de me cativar…
Alturas houve em que a senti pelo ar a beijar-me as faces, a roçagar-me as pernas
e a fechar-me os olhos, sob tanto calor.
Hoje, já não seria capaz de lhe resistir…
…nem ao seu odor,
em frases de amor!
Maria Elisa Ribeiro
DEZ/019
Último poema de Dezembro/019
Foto Google

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