"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sábado, 30 de novembro de 2019
sexta-feira, 29 de novembro de 2019
POEMA JÁ REGºººººº!
BREVES
A alma à solta
na verde colina,
liberta-se do espaço e
canta alegre, a beleza
de cada nova estação.
na verde colina,
liberta-se do espaço e
canta alegre, a beleza
de cada nova estação.
Como fada enredada
em véus de tule,
deixa vaguear os olhos que se perdem,
naturalmente,
pelo dia acabado de nascer.
em véus de tule,
deixa vaguear os olhos que se perdem,
naturalmente,
pelo dia acabado de nascer.
Louca de harmonia, evolve pelo ar
rodopiando uma fantasia.
Absorve o aroma das violetas, rosas e mimosas,
e frente a meus olhos mostra o mundo
da alquimia sigilosa da verdade... aquela que procuro.
rodopiando uma fantasia.
Absorve o aroma das violetas, rosas e mimosas,
e frente a meus olhos mostra o mundo
da alquimia sigilosa da verdade... aquela que procuro.
O pólen dourado que no ar flutua,
obriga a natureza a tantas maravilhosas mudanças...
seja na colina, seja no chão da rua, seja junto das janelas
perfumadas de estranho rubor,onde os insectos dançam.
E as abelhinhas rodopiam por todos os ares,
na ponta dos ventos sem chegarem aos mares.
obriga a natureza a tantas maravilhosas mudanças...
seja na colina, seja no chão da rua, seja junto das janelas
perfumadas de estranho rubor,onde os insectos dançam.
E as abelhinhas rodopiam por todos os ares,
na ponta dos ventos sem chegarem aos mares.
É que os mares muito deram e dão...
...muito levaram e levam...
Levaram os pós dourados da nossa energia,
os corais e as pedras-pérolas trabalhados em
oficinas da imaginação, e-tantas vezes!-
levaram os incautos navegantes para que
não soubessem mais do que já sabiam d?ANTES.
os corais e as pedras-pérolas trabalhados em
oficinas da imaginação, e-tantas vezes!-
levaram os incautos navegantes para que
não soubessem mais do que já sabiam d?ANTES.
Minh’ALMA à solta já navegou…Hoje recorda o que
já passou…
já passou…
SET/019-
Maria Elisa Ribeiro
Maria Elisa Ribeiro
quinta-feira, 28 de novembro de 2019
De José Régio...
Podemos não ir pelo caminho certo/errado...
O IMPORTANTE ´
E SABERMOS POR ONDE NÃO QUEREMOS IR!!!!!!!
CÂNTICO NEGRO
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
EM sol.sapo.pt, há um ano:
Angela Merkel pede aos políticos para "manter o legado" de Helmut Kohl
Chanceler alemã discursou na homenagem europeia a um dos seus antecessores mais influentes, falecido há duas semanas
- Angela Merkel
- Alemanha
- Helmut Kohl
Temas
Angela Merkel, chanceler alemã, deixou este sábado um pedido aos políticos europeus, na última homenagem a um dos seus mais influentes antecessores: Helmut Kohl, falecido a 16 de junho. Merkel pediu para que o legado de Kohl permaneça vivo e ativo na política atual, mostrando-se reconhecida pelas oportunidades que Kohl lhe proporcionou ao escolhê-la para ministra, embora admitindo "algumas divergências" na linha de pensamento entre ambos.
A chanceler germânica sublinhou o papel do antigo político na reunificação da Alemanha, lembrando pertencer a uma geração de alemães que viveu "as noites de terror e de bombas" do nacional-socialismo. "Kohl protagonizou um combate indispensável por uma Europa onde não houvesse mais guerras. Milhões de pessoas estão em dívida para com Kohl, arquiteto da reunificação e grande impulsionador da União Europeia (UE). Coisas como o euro não existiriam sem ele", realçou Merkel.
A homenagem no hemiciclo do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, contou com a presença de duas dezenas de chefes de Estado e de governo, um antigo soberano e várias centenas de outras personalidades. Como o presidente francês, Emmanuel Macron, que elogiou Kohl pelas "decisões corajosas" que tomou, "por vezes contra a sua opinião pública", afirmando-se disposto a continuar o legado do antigo chanceler na UE. "A História também nos julgará um dia. Terá severamente em conta as concessões que fizermos, os cálculos a curto prazo e os egoísmos nacionais, [mas também] a sinceridade do compromisso com a paz e a amizade dos povos. O pragmatismo, o sentido da realidade e a habilidade política são francamente úteis, mas não constroem nada. São os ideais, iluminados pela amizade, que dão corpo aos nossos projetos, que os fazem durar", disse Macron, recordando que Kohl "preferia as pontes às fronteiras e aos muros" e que, com François Mitterand, lutou pelo "sonho de um destino europeu comum", o qual o atual presidente francês considera que deve ser recuperado pelos atuais dirigentes políticos.
quarta-feira, 27 de novembro de 2019
A nova Hecatombe do Mundo...
O DESCALABRO CIVILIZACIONAL
NA AMÉRICA LATINA
NA AMÉRICA LATINA
DIARIODOCENTRODOMUNDO.COM.BR
Do Izquierdaweb A declaração foi dada pelo coletivo Ni una menos: “Albertina Martinez Burgos, uma fotógrafa de 38 anos, foi encontrada morta em circunstâncias estranhas em seu apartamento localizado no centro de Santiago. Albertina estava documentando a situação no Chile e participou ativame...
CANTO IMPERECÍVEL
O imperecível canto da alma pede-me
que continue a minha Procura, que não esmoreça
na caminhada esfumada pelas névoas, onde foste
o melhor da minha madrugada.
que continue a minha Procura, que não esmoreça
na caminhada esfumada pelas névoas, onde foste
o melhor da minha madrugada.
____________________________________Prossigo, por isso…
__para lá do sol
que nasce por detrás dos recortes orográficos das verdes colinas…
__por entre seus raios de luz, que iluminam meu sono, leve como um beijo…
__para lá das orientais ilhas, encontradas por acaso (ou talvez não…)
__para lá do ocaso dos voos descomprometidos das aves, que rodam
para as primeiras horas luzentes dos dias.
__para lá do sol
que nasce por detrás dos recortes orográficos das verdes colinas…
__por entre seus raios de luz, que iluminam meu sono, leve como um beijo…
__para lá das orientais ilhas, encontradas por acaso (ou talvez não…)
__para lá do ocaso dos voos descomprometidos das aves, que rodam
para as primeiras horas luzentes dos dias.
_____________________________________Procuro-te…
__sob os pinheiros cuja rama balouça segredos dos nossos desabafos,
naquela noite em que ficámos nos nossos braços…
__sobre o leito de relva que cobria o espaço, onde adormecíamos…
__sobre o ronco do mar alterado com o lamento das sereias,
essas entidades oníricas com vontade de se tornarem a realidade
das minhas angústias…
__sob os pinheiros cuja rama balouça segredos dos nossos desabafos,
naquela noite em que ficámos nos nossos braços…
__sobre o leito de relva que cobria o espaço, onde adormecíamos…
__sobre o ronco do mar alterado com o lamento das sereias,
essas entidades oníricas com vontade de se tornarem a realidade
das minhas angústias…
E irei ainda pelas ondas do mar, que vomitam
______________________espuma esbranquiçada pelo areal
______________onde ficarei, enfim,
_________ a escrever o poema de MIM e de TI.
______________________espuma esbranquiçada pelo areal
______________onde ficarei, enfim,
_________ a escrever o poema de MIM e de TI.
Maria Elisa Ribeiro-PORTUGAL
SET/017
FOTO de Pinterest
SET/017
FOTO de Pinterest
Indivíduo e Colectividade
Uma antiquada concepção, cuja carreira não terminou de todo em Portugal, faz constituir a história na evocação dos homens e dos eventos singulares, faustosa galeria de retratos e painéis de batalhas, a que se acrescenta quando muito o quadro das instituições. Dir-se-ia desta sorte que os factos de ocupação do solo e agrupamento da população, as variações do regime económico, a elaboração de um espírito colectivo, os movimentos e transformações da massa, isto é, os factos própriamente sociais não têm importância na vida da sociedade. Longe de nós negar a parte da criação individual na história. Mas todas as nações, antes de atingirem a sua definição política suprema, atravessam um demorado período de formação, onde ocultam quase exclusivamente esses factos gerais.
A consciência de uma solidariedade e de um ideal colectivo, o sentimento e a ideia de uma pátria elaboram-se lentamente através desses movimentos de grupos e das lutas entre eles suscitadas. E por via de regra os grandes homens são tanto mais representativos quanto melhor encarnam e orientam as aspirações colectivas.
Jaime Cortesão, in "História do Regime Republicano em Portugal"
A consciência de uma solidariedade e de um ideal colectivo, o sentimento e a ideia de uma pátria elaboram-se lentamente através desses movimentos de grupos e das lutas entre eles suscitadas. E por via de regra os grandes homens são tanto mais representativos quanto melhor encarnam e orientam as aspirações colectivas.
Jaime Cortesão, in "História do Regime Republicano em Portugal"
terça-feira, 26 de novembro de 2019
POEMA REGºººººº!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
POEMA
ALMA MINHA
Nunca te vi, Alma minha…
Sinto-te,
e esse sentir é suficiente
para te viver, SABENDO-TE.
Sinto-te,
e esse sentir é suficiente
para te viver, SABENDO-TE.
Não imagino que forma tens, quanto pesas, de que cor és.
Apenas sei que te sinto num refúgio, cá dentro,
quando choro,
quando rio, quando imploro e gravito em torno das realidades,
quando amo a Natureza e quando o Mundo me afasta
das verdades com a máxima crueza…
Apenas sei que te sinto num refúgio, cá dentro,
quando choro,
quando rio, quando imploro e gravito em torno das realidades,
quando amo a Natureza e quando o Mundo me afasta
das verdades com a máxima crueza…
Sei que isso não acontece por acaso
e que, portanto, tudo é a manifestação da tua existência
na pequenez aflita da minha incompletude.
e que, portanto, tudo é a manifestação da tua existência
na pequenez aflita da minha incompletude.
Sinto-te, alma minha, quando te aperto no corpo da árvore…
…quando te cheiro nas pétalas das flores mais mimosas...
…quando te falo de mim sem abrir a boca…
…quando te mostro os versos da angústia no olhar das palavras…
…quando te cheiro nas pétalas das flores mais mimosas...
…quando te falo de mim sem abrir a boca…
…quando te mostro os versos da angústia no olhar das palavras…
Sinto-te ainda, Alma minha,
quando escondida AQUI-no-MISTÉRIO-POÉTICO,
espero descobrir em ti as Palavras da VIDA-EM-HARMONIA.
quando escondida AQUI-no-MISTÉRIO-POÉTICO,
espero descobrir em ti as Palavras da VIDA-EM-HARMONIA.
Maria Elisa Ribeiro
Out/018
Out/018
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
TERMAS da CURIA
É hora de o povo da Curia contribuir para que estas( que já foram as mais bem frequentadas Termas de Portugal, recuperem daquela "vil tristeza" em que estão imersas! TUDO PELA CURIA!!!
NOTICIASDECOIMBRA.PT
Coimbra · Região Gota da Curia vai homenagear estância termal por Notícias de Coimbra Novembro 25, 2019 O Município de Anadia vai erguer um “conjunto escultórico” denominado de “Gota da Curia”, da autoria do artista plástico Pedro Figueiredo, na rotunda do Largo Dr. Luís Navega, no c...
De Fernando Pessoa
Amor
Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa.
Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa.
Livro do Desassossego-(Bernardo Soares, semi-heterónimo de Pessoa)
POEMA EM PROSA-REGººººººº!
RUMORES POÉTICOS
A voz das montanhas repousa no eco do doce ondular do dia. Uma mão de luz reluz, quando o sol vibra a cantar poemas brilhantes. O mar sobe e desce na loucura angustiada das ondas de espuma, onde tropeço ansiosa por beijar as belezas do mundo, que muda sem se fazer anunciar, sem que o consiga apanhar. O nevoeiro matinal fez desaparecer as poucas gotas de orvalho do campo da história, que provoca metamorfoses telúricas na memória das montanhas. Mas surgem botões de rosa, abundantes, generosos no aroma e ressoando metáforas audaciosas das horas-vivas-de-calor. Minhas mãos, deixam passar por entre os dedos, as letras que formam palavras do mundo, e sonham, em palavras, o sentido dos movimentos exploratórios da Verdade-Vida. Os pinheiros reagem libertando os frutos, que lhes amadureceram na força do calor dos troncos…Eu, claramente, perco-me em viagens pelas sombras benignas perdida nas ilusões do abismo cerebral de todas as lucubrações. O silêncio das montanhas responde falando-sem-palavras, com sons, assobios de pequenas rajadas de vento, canto dos animais voando, flautas de pastores a tocar o gado, reabertura dos botões de flores…Deixo cair minhas folhas, num espaço de tempo que quer inventar canções na raiz medular das minhas palavras. Rumor poético e ondulante SOU, ao tentar tocar o anel de fogo do Horizonte…
OUT/019
Maria Elisa Ribeiro-
Maria Elisa Ribeiro-
domingo, 24 de novembro de 2019
In O Citador:
"
Hoje Tomei a Decisão de Ser Eu
Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser Eu, de viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar a ideia do reclame, e plebeia sociabilizacão de mim, do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da minha viagem de impressões pelos outros, na posse plena do meu Génio e na divina consciência da minha Missão. Hoje só me quero tal qual meu carácter nato quer que eu seja; e meu Génio, com ele nascido, me impõe que eu não deixe de ser.
Atitude por atitude, melhor a mais nobre, a mais alta e a mais calma. Pose por pose, a pose de ser o que sou.
Nada de desafios à plebe, nada de girândolas para o riso ou a raiva dos inferiores. A superioridade não se mascara de palhaço; é de renúncia e de silêncio que se veste.
O último rasto de influência dos outros no meu carácter cessou com isto. Reconheci — ao sentir que podia e ia dominar o desejo intenso e infantil de « lançar o Interseccionismo» — a tranquila posse de mim.
Um raio hoje deslumbrou-me de lucidez. Nasci."
Hoje Tomei a Decisão de Ser Eu
Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser Eu, de viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar a ideia do reclame, e plebeia sociabilizacão de mim, do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da minha viagem de impressões pelos outros, na posse plena do meu Génio e na divina consciência da minha Missão. Hoje só me quero tal qual meu carácter nato quer que eu seja; e meu Génio, com ele nascido, me impõe que eu não deixe de ser.
Atitude por atitude, melhor a mais nobre, a mais alta e a mais calma. Pose por pose, a pose de ser o que sou.
Nada de desafios à plebe, nada de girândolas para o riso ou a raiva dos inferiores. A superioridade não se mascara de palhaço; é de renúncia e de silêncio que se veste.
O último rasto de influência dos outros no meu carácter cessou com isto. Reconheci — ao sentir que podia e ia dominar o desejo intenso e infantil de « lançar o Interseccionismo» — a tranquila posse de mim.
Um raio hoje deslumbrou-me de lucidez. Nasci."
Fernando Pessoa, 'Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação'
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