domingo, 3 de novembro de 2019

LEIAM O QUE O INDIVÍDUO ESCREVEU NA TESE QUE DEFENDEU EM 2013 E COMPAREM COM O QUE ELE DIZ E FAZ HOJE, PARA PODEREM AVALIAR DA SUA AUSÊNCIA DE CARÁTER.
O deputado do Chega, André Ventura, descreveu na tese de doutoramento, defendida em 2013, o fenómeno do “populismo penal" - “processo pelo qual os políticos aproveitavam e usam para sua vantagem aquilo que crêem ser a generalizada vontade de punição do público”. Em 2019 encarnou este conceito. A tese consultada pelo Diário de Notícias mostra várias contradições entre aquilo que Ventura tem defendido enquanto líder do Chega e aquilo que afirmava enquanto académico.
Numa tese defendida na Universidade de Cork, na Irlanda, em 2013, Ventura mostra-se preocupado com a expansão dos “poderes policiais” que “envolvem uma constante degradação dos direitos fundamentais no que diz respeito a aspectos criminais”. A tese analisa as políticas antiterrorismo pós 11 de Setembro de 2001 e a forma como estas alteraram os sistemas jurídico-constitucionais dos países ocidentais. Na altura mostrava-se preocupado com o “aumento da suspeição em relação a determinadas comunidades que têm sido difíceis de combater”.
André Ventura mostrava-se então apreensivo com a “estigmatização de minorias” e o “discurso do medo” e criticava o excesso de detenções “sem qualquer prova concreta”, que tinham “consequências devastadoras em termos de saúde mental dos suspeitos e da própria sociedade”.
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Em 2013, Ventura mostrava-se preocupado com a “expansão dos poderes policiais” e defendia as minorias, o contrário do que hoje afirma como líder do Chega. Ao Diário de Notícias, Ventura garante que “não há contradição nenhuma”.

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