segunda-feira, 30 de outubro de 2017

POEMA:OBRA REGª










RUMORES POÉTICOS






A noite veste-se de um céu ainda baço…ainda sem luar…

A alma das coisas é, neste instante,
ela mesma, ainda crepuscular.

Os rumores da noite andam pelo ar… vão, aos poucos,
preenchendo o espaço onde me sinto-ser.
Campos espalhados pelas brumas…ravinas das colinas verdejantes,
arvoredo contente por vestir os montes…orvalho deliciado
a deitar-se, descansado, numa rosa a suar…
…em tudo se sente, que o dia está para partir.

Fim do dia…fim da tarde…
hora do sino acordar velhas paredes das casas que fumegam
e cantam : AVÉ-MARIA, TRAZEI PAZ AO NOSSO LAR”.

Rumores do céu…

Acordam as estrelas cor de âmbar…cintilantes…tremeluzentes…
Vacilante, geme a ramagem…lastima-se o vento
que flutua no azul da estrela do pastor…

Minh’alma,
donde te vem esta mágoa, esta nostalgia de Éden perdido,
como se uma poderosa e misteriosa Saudade
pudesse viver de um alvo indefinido?

Maria Elisa Ribeiro
FEV/017

Sem comentários:

Enviar um comentário