quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Da Página do amigo Arlindo Vidal






Arlindo Vidal
2 min ·

andono do Interior, Beighley diz que Portugal tem vários outros problemas que aumentam os riscos de incêndio, nomeadamente o excesso de ignições por mão humana, quase sempre por negligência, mas também a aposta exacerbada no combate e não na prevenção.
"É sexy anunciar mais aviões, helicópteros, meios aéreos pesados, todos os políticos gostam de o fazer... mas não é o mais importante", defende.
Para Mark Beighley "o inesperado deve ser cada vez mais esperado" pois "as coisas estão a mudar" resultado das alterações climáticas.
Tal como os furacões são cada vez mais comuns nos Estados Unidos da América, em Portugal os grandes fogos serão cada vez mais a norma e não a exceção.
O exemplo francês e italiano
Além de conhecer bem o mundo rural norte-americano, Mark Beighley já andou por Espanha, Itália e França, outros países com zonas mediterrânicas quentes, e conta que é certo que a maior diferença de Portugal é o abandono do mundo rural e dos campos.
"Estive há pouco tempo em Itália, por exemplo, e uma das coisas que reparei é que lá as zonas rurais não estão abandonadas, há imensas pessoas a cultivarem uvas ou árvores de fruto... França também não tem esse problema e há muitos programas para manter as pessoas no campo". Projetos que segundo este norte-americano fazem falta para travar, também, os incêndios florestais.
O erro de combater os fogos com base no calendário
Além das críticas ao abandono do interior e pouca prevenção, Mark Beighley recorda que uma das coisas que criticavam em 2009 no combate aos fogos em Portugal era a existência de um calendário pré-programado que define os meios disponíveis em cada fase do ano (Bravo, Charlie, Delta, etc.).
Lendo o que está na página 27, o especialista cita o que escreveram há 8 anos: "Com padrões climáticos sazonais cada vez mais variáveis, o histórico de incêndios pode não ser um indicador tão fiável como anteriormente", defendendo-se que os meios disponíveis variem conforme as previsões climatéricas.
Planear de acordo com o calendário, defende Beighley, "pode ser bom em termos orçamentais, mas como se viu este ano é um erro".

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