domingo, 19 de fevereiro de 2017

De e sobre Stuart Mil, in O CITADOR









Utilitarismo

Autor: Mill, Stuart

Leitor: Isabel Reis



OpiniãoJohn Stuart Mill foi um pensador e filósofo do século XIX que estabeleceu e divulgou os pressupostos da teoria utilitarista.
"A doutrina que aceita como fundamento da moral a utilidade, ou o princípio da maior felicidade, defende que as acções são correctas na medida em que tendem a promover a felicidade, e incorrectas na medida em que tendem a gerar o contrário da felicidade".

O correcto consiste em maximizar o bom. No caso, o bom é o prazer, logo para os utilitaristas o objectivo é maximizar o prazer, ou a satisfação.
Uma tal simplicidade levou a várias críticas pelo que foram introduzidas ao longo do texto algumas subtilezas que contornam essas dificuldades. Sendo que a versão do utilitarismo ficaria enunciada da seguinte forma:"uma acção é correcta se, e só se, previsivelmente maximizar a satisfação total, mínima e média das preferências de todos os seres que presentemente existem, ou poderão vir a existir".


Este livro é a tradução do texto da 4ª edição, de 1871, fixado na sua forma final pelo próprio autor. Embora bastante legível, mesmo para um leigo, esta obra de Mill vem acompanhada de uma valiosa introdução e notas explicativas da autoria de Pedro Madeira.
O mérito desta edição é precisamente esses apontamentos que ajudam o leitor menos habituado a raciocinar em termos filosóficos a compreender melhor o pensamento de Stuart Mill. Para além de nos dar uma síntese dos aspectos mais relevantes, avança também com as principais críticas e contradições do Utilitarismo.

O Utilitarismo é uma leitura obrigatória para quem se interessa por temas políticos, éticos e filosóficos. As respostas que esta teoria dá aos principais problemas éticos são de uma actualidade surpreendente. De facto, as democracias contemporâneas são grandes devedoras da forma utilitarista de encarar o mundo.


ExcertoSobre a felicidade:

[i]O princípio da maior felicidade (...) é uma existência tanto quanto possível isenta de dor e tão rica quanto possível em prazeres, tanto em quantidade como em qualidade.

As principais componentes de uma vida feliz parecem ser duas, cada uma das quais sendo com frequência considerada por si mesma suficiente para o efeito: a tranquilidade e excitamento. Com muita tranquilidade, muitas pessoas sentem poder contentar-se com muito pouco prazer; com muito excitamento, muitos podem resignar-se a uma quantidade considerável de dor.



As causas da infelicidade

Quando pessoas razoavelmente afortunadas não encontram na vida satisfação suficiente para torná-la valiosa aos seus olhos, a causa é geralmente não se importarem com ninguém para lá de si próprios.

A seguir ao egoísmo, a causa principal que torna a vida insatisfatória é a falta de cultivação do espírito.

Num mundo onde existe tanto de interesse, tanto para desfrutar, e também tanto para corrigir e melhorar, todos os que têm esta moderada quantidade de requisitos morais e intelectuais são capazes de uma existência que podemos considerar invejável; e a menos que tal pessoa, por meio de más leis, ou sujeição à vontade de outrem, seja privada da liberdade de usar as fontes de felicidade ao seu alcance, ele não deixará de achar esta existência invejável, se escapar aos males absolutos da vida, as grandes fontes de sofrimento físico e mental – como a indigência, a doença e a crueldade, a indignidade, ou a perda prematura de objectos de afecto.[/i]


Mill, John Stuart, [i]Utilitarismo[/i],

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