terça-feira, 28 de novembro de 2023

POEMA: HORA-SÓ

 Poema : HORA-SÓ

Estende-se a Hora, pelo tempo fora,
numa infinda viagem de horas e horas.
Nada a satisfaz…devoradora da paz que não sente
os tormentos de solidão dos olhos que a miram,
enquanto na espuma do mar procuram palavras
de um poema-a-delirar!
E olho para trás…para um resto de caminho
onde me cansei de não andar.
Palavra-Só do Ser desamparado numa viagem
que tritura como mó de moinho, no velho atalho
coberto de infâncias-desesperadas-de-novas-ânsias.
De saudades esburacada,
a alma está- absurdamente-sentada dentro de mim,
tal penedo cimentado,
virado ao sol do mistério
onde brinquei –no-sem-medo-de-viver-ou-de-morrer!
E cada momento vivido nas páginas de meu livro, em branco,
é a procura sentida da ilha abandonada,
fechada em horizontes perdidos, num porto do Além-Algures-Talvez .
Abro, pois, a janela daquilo que sou!
Deixo entrar o mistério que no quarto ficou
-----------------------------------------------e vou respirar, das folhas das árvores,
-----------------------------------------------o perfume do amor de uma flor que desabrochou.
Vou Estar-Só-Comigo-Só-
-num-poema-que- não-resultou.
(Maria Elisa Ribeiro-Julho/2016-Portugal
Pode ser uma ilustração
Gosto
Comentar
Partilhar

Sem comentários:

Enviar um comentário