ESTA SOU EU
Numa ânsia
galopante
Uma mulher
despertou sozinha.
Foi até à janela e tristemente confirmou
Que não
estava lá ninguém.Perguntou-se:
*E as
pessoas? Que é feito delas? O homem do pão, por onde anda?
E o mundo de
todos os dias, o mundo de todos nós
Que nele
habitamos? Era aquilo,aquele espaço cheio de pedras e arbustos
Que a janela
aberta me oferecia?
Sempre tinha
existido e decidiu-se a continuar a viver, porque estava ,
Desde que
nasceu, obrigada a continuar a ver ,não só pedras
Mas também
crianças a jogar à macaca, à bola e a procurar ninhos no meio
Das ramas,
das flores, das árvores carregadas de flores e frutos.
*O
pensamento chamou-a; a caneta apareceu; o papel era já velho
Mas existia,
vivia dela e dos seus dedos calejados de escrever tantos lexemas.
Para si
própria gritou : ESTA SOU EU! Isto é a VIDA! ESTA SOU EU!
E ser eu,
significa não ser outra coisa!Esta solidão é minha e não se arrepende!
Passará a
andar de cabelos brancos, um pouco curvada...
Cada solidão
tem também um EU muito próprio...
*E tem as
suas próprias impressões digitais, que pedem respeito como
Aquele que
nos merecem as pétalas das flores e as aves cantantes, rodopiando.
Sinto-me em
comunhão com os leitores a viver a nossa
existência escrita...
ESTES SOMOS
NÓS! E NÓS NUNCA PODEREMOS SER OUTROS SE NÃO NÓS!
©Maria Elisa Ribeiro
NOV/2023
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