DE LINHO BORDADO
Entraste no meu sonho…
E fizeste-o tão de mansinho, tão lentamente,
sob os raios da lua prateada…
A janela,
delicadamente,
afastou -se, pôs-se de lado, e mostrou-te
o meu lençol de linho bordado.
Interrompeste meu sonho…
E lá ficou o resto guardado no passado,
(onde não chegou a acontecer)…
Como pedaço de nuvem pendurada
na memória da ilusão de uma inocência ameaçada,
uma fogueira arde no peito pendurada
em faúlhas crepitantes,
desgarradas como pétalas de rosa queimada…
Maria Elisa Ribeiro
FEV/2021
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